A afirmação é da gerente da Alliance for Integrity, Amanda Rocha, na IV Semana de Controle Interno, Transparência, Ouvidoria e Correição
As pequenas e médias empresas (PMEs) do país devem desenvolver seus Programas de Integridade para se tornarem mais competitivas e atuar preventivamente no combate à corrupção. A afirmação é da gerente da América do Sul da Alliance for Integrity, Amanda Rocha, durante a IV Semana de Controle Interno, Transparência, Ouvidoria e Correição da Controladoria-Geral do Distrito Federal (CGDF), onde ela apresentou o projeto Jornada Íntegra. “O Programa de Integridade da empresa auxilia na construção de um ambiente econômico mais igualitário, mais justo, competitivo e sustentável”, salientou.
O projeto Jornada Íntegra estimula por meio da troca de conhecimentos e de experiências bem-sucedidas, a auto implementação de um Programa de Integridade em PMEs. Elas participam de treinamentos e acessam ferramentas práticas para lidar com os desafios relacionados ao tema da integridade, bem como obter informações para tornar seus empreendimentos mais transparentes e competitivos. As empresas também serão orientadas com relação à sustentabilidade corporativa e transparência financeira a curto, médio e longo prazos.
A respeito de outro treinamento realizado pela Alliance for Integrity, Amanda destacou: “Aqui no Brasil, temos a honra de o treinamento ‘DEPE – De Empresas para Empresas’ ser reconhecido pela Estratégia Nacional de Combate à Corrupção e à Lavagem de Dinheiro (Enccla), como uma medida efetiva de combate e prevenção à corrupção. A corrupção não é um problema só do Brasil. Por isso, a Alliance for Integrity é uma iniciativa global, fomentada pelo governo alemão, mas que está estabelecida fisicamente na Índia, em Gana, no Brasil, e no México”, disse. Destacou que o DEPE completou 100 treinamentos, cada um deles, com a participação de 20 a 25 empresas.
O projeto Jornada Íntegra foi desenvolvido após um mapeamento de quais são as maiores dificuldades das pequenas e médias empresas, como a falta de ética nos negócios, que poderiam ser resolvidos com o Programa de Integridade. “Ter um Programa de Integridade os tornaria mais competitivos, mais possíveis de vir para o mercado, quebrando paradigmas de que as mesmas empresas sempre eram as vencedoras de licitações, por exemplo. Temos quatro objetivos de negócios e dois deles envolvem o setor público. Um é participar de licitações. Aqui no DF, assim como em outros estados do país, como o Rio de janeiro, para participar de licitação é preciso ter o Programa de Integridade. Atualmente existem 27 empresas de seis estados participando da Jornada”, observou a gerente da Alliance for Integrity.
Outro objetivo do projeto, segundo ela, é incentivar o recebimento de investimentos pela PMEs, mas para isso é preciso diminuir os riscos. “No Mapa da Transparência Internacional o Brasil está na cor vermelha, e isso significa o risco real de investimento no país. Isso significa que a gente pode ser mau pagador ou entregador dos produtos. Uma das maneiras de se provar essa sustentabilidade, que a empresa está preparada para o risco e para evitar condutas que não sejam íntegras, é ter um Programa de Integridade”, ressaltou.
Amanda Rocha ainda destacou a importância de levar a cultura de integridade para os fornecedores da empresa, que também têm um papel fundamental no combate às práticas ilícitas. “Se hoje uma grande empresa contrata alguém em seu nome que cometa um ato de corrupção, ela está lesada. Então, ela tem essa preocupação. Não basta que ela somente tenha o Programa de Integridade, mas ela tem que trazer essa cultura para sua cadeia de fornecedores”, explicou.
Ela também lembrou que a relação público-privada existe desde que o privado decide abrir a sua empresa e que esse ponto também é abordado na Jornada Íntegra. “Interagir com agentes públicos é uma preocupação do setor privado e a gente quer que eles estejam preparados com todos os seus documentos e cumprindo todas as regras. E, principalmente, se tiver uma situação de adversidade que eles saibam como reagir.”
Por fim, informou que a Alliance for Integrity fez a publicação No Excuses – Combatendo as dez desculpas mais comuns para um comportamento corrupto. “A gente fez essa publicação em todo mundo e o resultado foi que essas dez desculpas não se alteraram. Do México à Indonésia as desculpas são as mesmas. Todos os países se reconheceram no mesmo padrão de corrupção”, finalizou.
A Controladoria-Geral do DF é parceira do Jornada Íntegra e foi representada pela auditora de Controle Interno, Alexandra Joffily, no pré-lançamento do Projeto em São Paulo.
A Semana de Controle Interno, Transparência, Ouvidoria e Correição é promovida pela Controladoria-Geral do Distrito Federal (CGDF) em parceria com a Escola de Governo do Distrito Federal (Egov) e a Escola Nacional de Administração Pública (Enap).