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Maria da Penha ONLINE Governo do Distrito Federal
21/05/19 às 15h28 - Atualizado em 5/06/19 às 11h15

“Apresentar soluções de inteligência artificial no combate à corrupção é o grande desafio”, afirma o coordenador da CGU

A afirmação foi na IV Semana de Controle Interno, Transparência, Ouvidoria e Correição da CGDF

 

O coordenador-geral do Observatório da Despesa Pública da Controladoria-Geral da União (CGU), Leonardo Sales, apresentou durante a IV Semana de Controle Interno, Transparência, Ouvidoria e Correição da Controladoria-Geral do Distrito Federal (CGDF), soluções de inteligência artificial no âmbito do combate à corrupção.

 

“Hoje o grande desafio é apresentar soluções de inteligência artificial no âmbito do combate à corrupção. Para isso, temos que transformar dados em indicadores confiáveis, e lidar com diferentes e complexas bases de dados. Isso se faz utilizando estatística, mineração de dados, computação em larga escala e conhecimento especializado de auditores”, informou.

 

Segundo ele, na CGU existem diversos modelos de risco que podem ser utilizados no combate à corrupção: um deles é o Modelo de Risco de Fornecedores, que mede o risco de problemas futuros de uma empresa contratada a partir de diversos indicadores, como os de capacidade operacional e de histórico de punições, por exemplo. Este modelo foi criado utilizando-se algoritmo de Redes Neurais Artificiais.

 

“A partir do uso de um grande repositório de atributos e indicadores, o que o algoritmo vai fazer é calcular quanto cada indicador pode contribuir para separar dois grupos, o das empresas que sabemos que são problemáticas daquelas que pressupomos que não sejam”, observou.

 

Leonardo Sales destacou, ainda, que a CGU faz também análises de dados não estruturados, como de fornecedores de fachada e de textos de denúncias. “Existem ainda vários trabalhos desenvolvidos, como o robô Barnabette, que lê diariamente e automaticamente o Diário Oficial da União para identificar diversas situações, como nomeações e contratos com empresas inidôneas, e o robô Alice, que lê textos de editais, identifica padrões de direcionamento do texto de edital e informa ao auditor um alerta”, disse.

 

Ciência de Dados

 

Para ele, inovar é necessário para os órgãos de controle justamente por precisarem ser eficientes. “Os órgãos de controle têm acesso facilitado aos dados governamentais, porque estão encarregados de controlar os gastos do governo. O acesso facilitado a esse dado é algo que deve ser utilizado para melhorar a eficiência, e é nisso que entra a ciência de dados”, explicou.

 

O coordenador informou que a área de Ciência de Dados da CGU é estruturada em três pontos principais: formação de especialistas, criação de infraestrutura tecnológica, e metodologia de desenvolvimento de trabalhos, que foi realizada ao longo dos anos. A equipe é formada por 18 pessoas e conta com as áreas de análise de negócio, gestão de dados, além de mineração e análise de dados, parte que trabalha para transformar o dado bruto em informação de valor estratégico para a CGU.

 

“Gestão de dados significa lidar com diversas bases de dados. Você precisa receber dados que vêm em formatos diferentes, de órgãos diferentes. Esse pessoal da gestão de dados tem que dar conta de receber, estruturar e deixar o dado disponível dentro de um repositório para que a equipe de mineração e análise possa desenvolver seu trabalho. Já a equipe de análise de negócios faz a ponte entre a TI, que conhece os dados, a ferramenta e a tecnologia, e a área finalística, o auditor que conhece a realidade e as necessidades do governo”, esclareceu.

 

Ele também disse que a CGU utiliza outras técnicas na área de ciência de dados, como a auditoria contínua, que são consultas pré-construídas de bancos de dados. “Duas ou três empresas que estão numa mesma licitação e têm um sócio em comum, por exemplo, essa é uma fraude conhecida pela experiência do auditor. O que fazemos nada mais é do que transformar essa realidade num código de consulta de novidades que vai refletir aquela situação”, exemplificou.

 

Para finalizar, Leonardo Sales ressaltou que a “ciência de dados não é pra ser uma ferramenta dominada por uma área ou uma ilha de excelência dentro do órgão, é uma ferramenta que deve ser utilizada por todas as organizações e por todas as áreas da organização, porque pode ser útil, pode facilitar a sua vida, o seu trabalho, e torná-lo muito mais eficaz e barato”.

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