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Maria da Penha ONLINE Governo do Distrito Federal
24/11/09 às 3h00 - Atualizado em 29/10/18 às 15h41

Audiência pública discutiu alternativas de estacionamento

Medidas alternativas estão sendo estudadas para resolver o problema de vagas nas entrequadras do Plano Piloto. Algumas atitudes tomadas pelo GDF, como mais policiamento nos comércios, melhoraram o fluxo de carros. Para solucionar o problema, outras sugestões foram discutidas em audiência pública nesta terça-feira (24), no auditório da Câmara Legislativa. As propostas serão encaminhadas para o governador.

“A falta de vagas em Brasília é um problema antigo”, disse o autor do requerimento, deputado Raimundo Ribeiro (PSDB).

Representando o presidente da Casa, deputado Leonardo Prudente (DEM), o coronel Jair Tedeschi – chefe de gabinete da presidência da Casa – disse que o Distrito Federal conta hoje com mais de 1 milhão de veículos. “Nossa frota duplicou em 10 anos”, afirmou. Tedeschi, que já foi diretor geral do Detran-DF, ressaltou a importância do debate. “Não podemos tomar atitudes que prejudiquem o tombamento da cidade. A discussão é fundamental”, alertou.

Para Marta Bittar, da Associação Comercial do DF, essa situação tende a se agravar ainda mais com o alargamento de pistas que conduzem ao Plano Piloto: “Vai haver mais carros em trânsito, e sem local para estacioná-los”.

O presidente do Sindicato de Bares e Restaurantes, Clayton Machado, colocou o tombamento de Brasília como um dos grandes empecilhos para solucionar o problema da falta de vagas. “Muitas ideias esbarram nesse ponto: as pessoas dizem que tem que ter área verde, porque isso é uma questão de qualidade de vida, mas se esquecem de que ter onde parar o carro também o é. Temos muitas ideias que podem ser adotadas a custo zero”, enfatizou.  Ele levantou algumas alternativas durante a audiência: a construção de estacionamentos subterrâneos, de edifícios garagem, a implantação de vagas rotativas, e o aproveitamento de estacionamentos ociosos, como os do Parque da Cidade e do Autódromo, para suprir a falta de espaço para os automóveis. Os motoristas estacionariam os carros nesses locais e haveria um transporte coletivo para as quadras comerciais.

Eduardo Rossetti, do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional – Iphan, explicou que o fato de a capital ser tombada não pode ser visto nunca como “amarra”: “O título é uma qualidade de Brasília, e tem que ser respeitado. Brasília não é uma cidade qualquer. É capital do país e uma capital tombada. É patrimônio da humanidade e não apenas dos brasileiros. Por isso, é uma questão que precisa ser muito bem estudada”. Ele acredita que investimentos em transporte de massa seriam uma boa alternativa para a falta de estacionamentos.

Maurício Goulart, da Subsecretaria de Desenvolvimento Urbano e Meio Ambiente – Seduma, afirmou: “Nós temos uma demanda que é permanente e anualmente um aumento significativo. Não podemos comprometer as características da cidade de forma definitiva com base em momentos de maior necessidade. Esse assunto não está totalmente amadurecido em Brasília”.

Em discussão há algum tempo, o Secretário da Ordem Pública e Social, Roberto Giffoni, descartou a colocação de brita em áreas verdes de quadras residenciais próximas aos comércios locais. “Há alternativas urbanizadas que podem atender a demanda nesse período de Natal. Não podemos acabar com a área verde. Ainda tem espaços disponíveis. Temos que encontrar uma solução com racionalidade. Temos que recuperar o tempo perdido com a falta de planejamento urbano. É um desafio”, afirmou Giffoni.

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