Funcionamento da Administração Pública e possibilidade de parceria para capacitação de gestores públicos foram temas tratados
No último dia 22, o Controlador-Geral, Henrique Ziller, e o Subcontrolador de Transparência e Controle Social, Diego Ramalho, receberam a Segunda Secretária da Embaixada dos Estados Unidos, Richa Bhala, para uma conversa sobre a Administração Pública, suas dificuldades e projetos. Outro assunto tratado foi o interesse do governo americano em oferecer capacitação e treinamento a gestores públicos com potencial de liderança. O encontro foi uma iniciativa da CGDF que tem por objetivo ampliar o relacionamento com diversos órgãos, entidades, organismos e governos, que possam agregar valor e melhorias ao desempenho do controle social, da transparência e das ações de combate à corrupção.
Durante a reunião foram aprofundados vários pontos acerca da estrutura política e administrativa do serviço público. Richa Bhala mostrou-se interessada em conhecer o funcionamento da administração e as principais dificuldades encontradas pelos gestores, principalmente no âmbito da saúde e educação.
O controlador apresentou um panorama sobre a situação do governo distrital, que tem os dois grandes desafios de reestruturar a administração e equilibrar as finanças. Ele explicou que a gestão está sucateada, com o serviço público desestruturado. No entanto, Ziller pontuou que há um quadro de pessoal qualificado e apto a trabalhar pela melhoria da governança e aperfeiçoamento dos serviços prestados.
Especificamente quanto à CGDF, falou dos três fundamentos propostos para a ação de controle. O primeiro é a realização das auditorias prévias e concomitantes, que atuam com a perspectiva de evitar o dano ao erário. Como exemplo, citou as obras públicas que hoje são fiscalizadas desde o início, ainda em fase de projeto. “A estruturação brasileira dos órgãos de controle é feita para cuidar das prestações de contas, depois da despesa já realizada. Nós estamos com o desafio de mudar este paradigma.”, explicou.
O segundo fundamento visa conseguir fiscalizar o maior volume possível de recursos do orçamento. Segundo Ziller, a atual gestão prefere fiscalizar as grandes rubricas como, por exemplo, as despesas com a folha de pagamento. “Se 80% dos recursos são gastos com pessoal, então são estas despesas que vamos fiscalizar”, esclareceu. O terceiro é dar efetividade aos trabalhos feitos pelas auditorias, já que as recomendações dadas nos relatórios, em sua maioria, não são acatadas pelos gestores públicos. Nesse sentido, o objetivo é trabalhar diretamente com os gestores, para que eles resolvam os problemas identificados nas auditorias. “Já há ações em andamento baseadas nestes três pilares. Além disso, estamos avançando na transparência e controle social. Nesse caso, não se trata apenas de normas, mas de uma cultura a ser impregnada na cabeça das pessoas”, completou.
Parceria para capacitação de servidores
Richa Bhala falou da possibilidade de parceria com a CGDF, que poderá indicar servidores para serem treinados e capacitados nos Estados Unidos. “Sempre estamos interessados em encontrar pessoas boas, com potencial de serem líderes e mudar seu país”, disse. Considerando tal oportunidade, o controlador demonstrou interesse de intercâmbio para conhecer a estrutura do controle americano, que tem uma abordagem diferente do brasileiro. Segundo ele, os órgãos do Brasil dão uma ênfase muito grande para questões jurídicas e de legalidade, mas deixam de lado questões também muito importantes, de cunho operacional.
Ziller informou que a Assessoria de Projetos Especiais da CGDF está fazendo um levantamento sobre a situação do controle interno nos outros estados da Federação com o objetivo de trocar experiências e a intenção é que haja intercâmbio também com outros países.
Ao final da conversa, Richa Bhala elogiou o trabalho que está sendo desenvolvido e manifestou interesse em participar de eventos promovidos pela Controladoria. Também, informou que encaminhará para Washington o teor dos assuntos tratados na reunião.