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Maria da Penha ONLINE Governo do Distrito Federal
28/11/13 às 20h27 - Atualizado em 29/10/18 às 15h43

Você já ouviu falar em Transparência Hacker E em Hackathon E em Dados Abertos

Em todos os casos a ideia é contribuir para o aprimoramento da transparência.

O Hackathon não é apenas um evento de programadores. Tem características únicas que o diferenciam de outros eventos para programadores e que o tornam uma atividade apenas para pessoas que conseguem trabalhar sobre muita pressão, enquanto resolvem problemas técnicos. Isso acontece devido ao curto tempo da maratona. Dependendo do tema do hackathon, existem alguns que duram 8 horas, 24 horas e existem aqueles que chegam a 168 horas, ou seja, uma semana.

Nas equipes, além do programador, é comum existirem designers gráficos, designers de interface e gestores de projeto. Todos eles devem trabalhar para apresentar um produto inovador a mesa de jurados que elege um vencedor.

A Ascom da Secretaria de Transparência e Controle (STC) entrevistou um hacker e ativista social, criador da UGov (Governo Ubiquo), Adriano Amaral, para tirar dúvidas sobre o tema.

– O que é Hackaton?
O Hackathon que é a junção das palavras “Hack”, relativo a desenvolvimento de softwares e muitas vezes a crimes cyberneticos, e “Marathon”, de maratona. Surgiu no inicio dos anos 2000 para fazer jus as maratonas de desenvolvimento de aplicações como foco ágil e para solucionar problemas objetivos. Ganhou novo corpo quando utilizado no desenvolvimento para cunho social de aplicações, e no cenário das start-ups para avaliar capacidade inventiva e produtiva do time de desenvolvedores.

– Como surgiu?
Surgiu no universo das conferências de programação em Java e do OpenBSD, mas, finalmente, ganhou o cunho que tem hoje após as diversas aplicações, principalmente nas start-ups cívicas, e para denotar o esforço pontual inventivo e poderoso de um grupo de pessoas voltado para solução de problemas reais. Por isso, o forte cunho social do termo.

– Quem participa?
Inicialmente, pode parecer que é um clube fechado de programadores, mas esse talvez seja o maior dos equívocos entorno do Hackaton. Participam todos os interessados ou ainda “stakeholders” no problema a ser resolvido. Se o problema é ligado a alimentação, padeiros, chefs e donas de casa, por exemplo, são bem vindos. Já se é ligado a corrupção e transparência, governo, sociedade civil, povo, planejadores, etc…

– Qual o objetivo?
Cada Hackathon tem o foco em um problema raiz. Geralmente, esse é o principal desafio ou até mesmo problema do Hackathon: a definição e caracterização do problema. Muito se dedica a solução, mas pouco a entender e enquadrar o problema. Gosto do termo: “EQUAÇÃO IMPOSSÍVEL”, que foi cunhado pelo fundador da AMANA KEY, Oscar Motomura, para definir o ponto inflexão do problema para uma solução. Ou seja, quando se chega num beco sem saída, ai temos o cenário ideal para um Hackathon, ou, melhor dizendo, Maratona de Inovação, ou Inovatona (tropicalizando).

– Como o Hackathon pode ajudar no controle social e combate à corrupção?
Começamos a delinear o problema: Controle Social e Combate a Corrupção carregam em si a solução: combater a corrupção e melhorar o controle social. Por que precisamos combater à corrupção? O que se sabe de fato sobre corrupção? Como ela se instala? Como evolui? Qual o papel da burocracia? Qual a origem do Controle Social? A quem se destina esse controle? A todos? Só quem tem smartphone ou acesso a internet? Portanto, existem inúmeras soluções para controle social e combate a corrupção, e inúmeros ganhos da Inovatona, mas para que isso ocorra dentro do contexto da maratona, que é um esforço pontual e objetivo para solucionar algo específico, como por exemplo cruzar a linha de chegada depois de 42km, é necessário definirmos e enquadrarmos o problema. Do contrário, se torna um evento pontual que não produz resultados reais.

– O Hackathon é um aliado da Lei de Acesso à Informação?
Ele talvez seja um grande aliado, sim, da Lei de Acesso à Informação. Mas o principal aliado da lei é o próprio povo. Portanto, precisamos incluir o povo nesse esforço de inovação, para que os resultados sejam aproveitados por todos. A Lei é um passo, o Hackathon é outro, e assim vamos avançando na solidificação da Democracia e, o mais importante, nos valores maiores que a democracia representa. Em Brasília, precisamos de mais acesso a informação e que a “informa” se transforme em “ação” através do Hackathon, talvez seja essa a “grande canja” que podemos construir em Brasília.

Adriano Amaral é Engenheiro e Mestre pela UnB, Consultor em Governo, Fundador do uGov: Governo Ubiquo, iniciativa para promoção da participação e inovação centrada no cidadão (www.ugov.com.br).

DADOS ABERTOS

dados abertos

Para mostrar como a sociedade civil vem se organizando, assim como empresas públicas e privadas e outros órgãos de governo, a exemplo da Secretaria de Transparência do GDF, semana passada foi realizado em Brasília o 2º Encontro Nacional de Dados Abertos, que contou, também, com a participação de gestores da STC.

O Encontro ocorreu nos dias 21 e 22 de novmebro, na Escola de Administração Fazendária (Esaf), em Brasília, com o objetivo de debater a importância da publicação de dados abertos para a vida dos brasileiros.

Durante os dois dias de evento, foram realizadas palestras, oficinas e cursos para atrair novos públicos e aprofundar a discussão sobre o tema. A meta é incentivar os brasileiros a trabalhar em regime de colaboração com os governos.

O evento foi promovido pelo Ministério do Planejamento Orçamento e Gestão (MPOG), em parceria com o Escritório Brasileiro do Consórcio World Wide Web (W3C Brasil), e contou com o apoio da Secretaria-Geral da Presidência da República (SG-PR) e do Comitê Gestor da Internet no Brasil (CGI.Br).

Alguns dos ganhos que os municípios e estados podem ter ao publicar dados abertos são a melhoria da mobilidade urbana, da segurança pública, do desenvolvimento do turismo local e do incremento da participação social nas ações governamentais. Divulgados neste formato, os dados estão disponíveis para qualquer pessoa utilizar e republicar da maneira que achar melhor. A proposta aproxima o governo do cidadão e permite que sejam criados e melhorados os serviços em benefício da sociedade.

Informações sobre o tema:

Portal de Dados Abertos

http://blogs.estadao.com.br/hackatao/?doing_wp_cron=1384431073.3374330997467041015625

http://www.secretariageral.gov.br/noticias/ultimas_noticias/2013/11/19-11-2013-encontro-debate-a-importancia-da-publicacao-de-dados-abertos

http://www2.camara.leg.br/responsabilidade-social/edulegislativa/hackathon/hackathon-maratona-hacker

Hackathon no Facebook – https://www.facebook.com/hackathon

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